Na última década, muito tem se falado sobre uma maior participação das mulheres em diversas áreas, principalmente àquelas em que sua maioria são ocupadas por homens, como nas áreas de Ciências e Tecnologias e das Engenharias. Segundo dados do Relatório de Ciências da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), as mulheres ainda representam apenas 28% dos graduados em engenharia e 40% dos graduados em ciência da computação e informática.

No Brasil, a população ultrapassa os 212 milhões de pessoas, sendo que mais da metade são mulheres. Porém a presença delas no campo STEM (acrônimo em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) é ainda tímida, sempre esbarrando em preconceitos.

Algumas instituições, como o Supera Parque, realizam ações para estimular e apoiar mulheres no ambiente da ciência. “O Parque tem diversas iniciativas de apoio à inserção de mulheres empreendedoras e cientistas no ecossistema. Um deles é o “Juntas no Supera”, que foi criado em 2018, e visa fomentar a participação delas no ecossistema, com a promoção de cursos e bate-papos. Em 2020, 38% dos webinars promovidos pelo Parque Tecnológico tiveram a participação de mulheres e 56% das vagas de estágio e bolsas de pesquisa foram preenchidas por mulheres”, revela Luciana Paiva, diretora Administrativa e Financeira do Supera.

Experiências e superação na Ciência

Rebeka Cunha atua em P&Di desde 2013 e se interessou pela área após participar de um projeto multidisciplinar. “Sempre tive muita vontade de fazer com que a tecnologia impactasse positivamente as pessoas. Daí acabei me envolvendo em projetos tecnológicos inovadores fomentados pelo CNPq, PIPE FAPESP e outras linhas de fomento. Ser mulher na área tecnológica é um desafio constante, principalmente no início”, explica.

Na visão da Farmacêutica Franciane Marquele de Oliveira, que há 20 anos trabalha com pesquisa, as dificuldades das mulheres na Ciência são diversas. “Posso destacar que as grandes dificuldades em ser cientista são tanto econômicas quanto culturais. De forma geral, o incentivo da mulher à pesquisa é bem limitado pela escassez de investimentos em P&D e pela insegurança da vida profissional pelos longos anos de dedicação em paralelo com a maternidade e atividades familiares”, finaliza.

Ainda de acordo com dados da Unesco, atualmente, menos de 30% dos pesquisadores em todo o mundo são mulheres, mostrando que algumas áreas ainda são dominadas pela formação de homens, além do reconhecimento maior que eles conseguem ter.

SUPERA PARQUE

O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, gerido pela Fipase, é resultado de uma parceria entre Universidade de São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Instalado no Campus da USP local, o Parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (PISO), além do Supera Centro de Negócios.

Ao todo, são 71 empresas instaladas no Parque, sendo: 53 delas no Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; e 18 empreendimentos no Centro de Negócios. O Parque Tecnológico está em expansão com a urbanização de lotes para instalação de empresas e a implantação do Container Park, um novo complexo empresarial. Outras informações sobre o Parque estão disponíveis no site superaparque.com.br