Foto - Vinícius Barros Legenda - Orquestra do Festival com solista infantil italiana Beatrice Rosetti

Durante uma semana, Ribeirão Preto foi palco da 4ª edição do Festival Fiato al Brasile, com intensa programação artística e pedagógica, que contemplou concertos, recitais, performances cênico-musicais, ensaios, aulas especiais, oficinas e masterclass. Festival aconteceu de 21 a 28 de julho de 2019 e movimentou cerca de 3 mil pessoas, contando com alunos, professores, equipe gestora e espectadores dos concertos.

“A singularidade do Festival Fiato al Brasile reside em sua proposta artística original que tem entre seus objetivos pedagógicos o casamento entre Arte e Diversidade. O Fiato vem tentando, ao longo de suas edições, apropriar-se das melhores possibilidades da música contemporânea; expor uma produção atual com raízes profundas no que de melhor se produziu na música ocidental, valorizando e legitimando também as manifestações populares brasileiras”, explica Lucas Galon, vice-presidente da Alma.

A direção artística e pedagógica do festival foi realizada por Lucas Eduardo da Silva Galon (vice-presidente da Alma) e José Gustavo Julião de Camargo (FFCLRP-USP), com produção em tríplice parceria entre a Academia Livre de Música e Artes (Alma), a Escola Municipal Giuseppe Sarti, de Faenza, e o Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da USP (FFCLRP-USP).

O festival contou ainda com patrocínio da empresa Gas Brasiliano, por meio da lei de incentivo fiscal do Programa de Ação Cultural (Proac), do Governo do Estado, parceria de apoio cultural do Monreale Hotel e apoios da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria da Cultura, San Brunos e Cultura Inglesa.

Foto – Vinícius Barros Legenda – Cena de Ballet do espetáculo O Grande Circo Mistico no Festival Fiato al Brasile

A programação, inteiramente gratuita, foi desenvolvida na Sala de Concertos da Tulha na USP, Theatro Pedro II e Bloco 34 do Departamento de Música da USP. Participaram do festival os professores residentes: Fernando Calixto (Brasília-DF), Thibault Delor (França), Domenico Banzola (Scuola G. Sarti, Faenza, Italia), Harvey Thurmer (Miami University-EUA), Ricardo Parmigiani (Brasília-DF), Allan Duarte Manhas (Alemanha) e Martina Drudi (Scuola G. Sarti, Faenza, Italia).

Professores, convidados e solistas participantes: Tamara Pereira, Snizhana Drahan, Igor Picchi Toledo, Ladson Bruno Mendes, Gládys Pádua, Sérgio Cerri, Flávia Botelho, Julia Montezano, Rafael Fortaleza Yuka de Almeida Prado, Samuel Pompeu, Ana Beatriz Marra, Danilo Paziani, Vitor Zafer, Luiz Fernando Teixeira Jr., Lincoln Reuel Mendes, Stella Brignola e Reginaldo Nascimento.

Para o espetáculo “O Grande Circo Místico”, concerto de gala do festival, participaram o corpo estável de ballet da Alma, sob direção de Marisol Gallo, Coral da Unesp de Franca, sob direção de Rafael Andrade, a orquestra sinfônica do Fiato al Brasile, sob regência de Lucas Galon, coro infantil da Alma, com direção de Snizhana Drahan, ator do grupo de teatro da Alma, Leonardo Sidney, pianista Martina Drudi e os cantores Rafael Andrade, Tom Almeida e Yuka de Almeida Prado.

O espetáculo “O Grande Circo Místico”, obra de Edu Lobo e Chico Buarque é baseada no poema de Jorge de Lima (1893) e se baseia na história de seus personagens, entremeados nos enredos e desenredos da dinastia familiar dos Knips, fundadores do circo. Na produção da Alma, a obra integral foi recriada por um grupo de compositores ribeirãopretanos (José Gustavo Julião de Camargo, Fernando Emboaba de Camargo, Lucas Eduardo da Silva Galon e Rafael Alexandre Fortaleza), com ênfase no aspecto místico-religioso e simbólico sugeridos no poema original.

Fiato al Brasile – Brasil/Itália

O Fiato al Brasile surgiu a partir de uma fecunda relação entre o saxofonista italiano Silvio Zalambani (Faenza) e alunos da USP de Ribeirão Preto (2011) – o que resultou numa parceria entre o Departamento de Música da FFLCRP-USP, a Scuola Giuseppe Sarti em Faenza na Itália, e a ALMA (Academia Livre de Música e Artes, 2015), que proporcionou um rico intercâmbio entre professores e alunos do Brasil e da Itália.

Surgido das ideias conjuntas de Zalambani, Donato D’Antônio (Faenza), Cristina Emboaba (UDESC), José Gustavo Julião de Camargo (USP) e Lucas Galon (ALMA), o Festival agora tem também versões no Brasil, sediadas no DM FFCLRP USP, com produção da ALMA, desde 2016.

Já com 7 versões italianas, o festival possui um braço na Finlândia desde 2016, graças a um encontro com o músico estoniano Tauno Saviauk (Conservatório Municipal de Rauma- Finlândia). Essa expansão não ocorre por acaso: da participação de grandes músicos italianos e brasileiros – tanto da música de concerto quanto do jazz e da música popular brasileira – às muitas obras e arranjos compostos especialmente para o festival por seus colaboradores, o festival não discrimina estilos nem filiações, mas preza pela qualidade na diversidade. Porém o principal não pode ser esquecido: são muitos alunos brasileiros e italianos que desfrutaram dessa dinâmica arejada do festival.