Livro ‘Sueli Danhone, diversos olhares’ é lançado em Ribeirão Preto

    Capa do Livro 'Sueli Danhone, diversos olhares'

    De autoria coletiva, obra traz pontos de vista do trabalho da pedagoga e assistente social que liderou a Casa das Mangueiras, em Ribeirão Preto (SP); o lançamento será no próximo dia 24 de maio (quinta-feira), às 20h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi

    Uma pessoa maravilhosa, de coração generoso e que dedicou sua vida inteira a ajudar o próximo. Você, jornalista, pode estar achando agora que esse texto está carregado de adjetivos, mas saiba que estes são poucos para descrever o ser humano especial e diferenciado que foi Sueli Danhone, líder na fundação da Casa das Mangueiras, em Ribeirão Preto (SP), instituição referência em acolher e encaminhar crianças e adolescentes, em situação de risco, para inserção na sociedade. Ela faleceu em 28 de maio de 2017, aos 74 anos, mas deixou uma legião de amigos e admiradores que, rapidamente, se encarregaram de preservar sua memória.

    Dessa iniciativa surgiu o livro “Sueli Danhone, diversos olhares”, escrito por quase 30 participantes e projeto encabeçado por
    Ione Buyst, Lidia Muradás, Renato Castanhari, Desiree Albuquerque Biasoli, Glaucia Petersen,Carlos Silva Neves e  Hugo Côrtes de Paula, que será lançado no próximo dia 24 de maio de 2018 (quinta-feira), às 20h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto.

    “Além de contar quem foi Sueli Danhone, sua trajetória e o que ela representou para a sociedade, o livro traz uma coletânea de ‘olhares’ de cada um dos 27 convidados. Traz, ainda, fotos que ilustram a vida dela e o importante legado que deixou”, explica Ione Buyst, idealizadora e patrocinadora do livro.

    O evento será abrilhantado pelo quarteto de cordas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, ocasião em que também será oferecido um coquetel pelo Buffet Renato Aguiar, empresa em que trabalha Paulo Henrique da Silva de Oliveira, ou Paulinho como é conhecido, jovem que aproveitou a oportunidade oferecida pelo projeto e mudou sua história.

    Aos 14 anos durante visita do empresário Renato Aguiar à instituição e já certo de seu talento na cozinha, Paulinho pediu para que Aguiar lhe desse uma oportunidade. Dentro do bufê passou por diversas “praças”, se formou em gastronomia, fez pós-graduação e hoje é um dos grandes chefes da empresa de festas, reconhecida pela sua qualidade em todo país.

    “Entrei no projeto em 2003, com o incentivo da minha avó, adorava as oficinas, mas já tinha um interesse especial pela cozinha. Um dia falei para a Sueli que meu sonho era ter meu restaurante e ela me apresentou ao Renato Aguiar. Comecei no buffet e aprendi muito com a equipe e com ele. Digo que minha vida se resume a uma palavra: oportunidade. Isso é o que representou a Casa das Mangueiras, a Sueli e o Renato, eles enxergaram meu potencial e até onde eu podia chegar. É disso que os jovens precisam. Hoje volto à Casa para desenvolver projetos e ser para eles o apoio que eu tive”, conta o jovem de 26 anos.

    Convidada para escrever um dos capítulos e compor o grupo que organiza a publicação, Lidia Muradás lembra de sua experiência em participar de projetos da Casa da Mangueira e atuar com a assistente social. “Sueli era como um maestro, tinha pulso firme e sabedoria, e orquestrava muito bem aquele lar de ‘ideias e acolhimento’. Ela me inspirou a sempre acreditar que tudo é possível. Uma grande mulher, com talento para transformar o amor em realidade. Este material vem deixar registrado, pelas palavras de vários amigos, nosso agradecimento e carinho ao legado e a quem ela foi”, explica.

    Casa das Mangueiras 

    Em 1973, em pleno regime militar, crianças e adolescentes de rua foram encontrados confinados em celas dentro de um posto policial de Ribeirão Preto (SP) e vigiados por soldados. O “flagrante” foi registrado em fotos que impressionam pelo olhar das crianças em meio às grades da porta da cela. A maioria delas, filhas de famílias desestruturadas – algumas nem família tinham – que viviam em situação de miséria, abandono e completa vulnerabilidade social.

    Ao saber da situação, um grupo de defensores dos direitos humanos, liderados por Sueli Danhone, aceitou o desafio de mudar esse quadro. “Abraçaram” os meninos e a comunidade, e construíram uma casa de acolhida e educação: a Casa das Mangueiras. A instituição foi pioneira com meninos de rua entre 12 e 17 anos, autores de atos infracionais.

    A Casa das Mangueiras foi inaugurada em 8 de dezembro de 1973 (Dia da Justiça) e foram os próprios meninos que escolheram o nome da instituição devido a grande quantidade de árvores frutíferas no local. Atualmente a sede fica na Vila Recreio. Trata-se de um espaço de convivência e aprendizado, movido pelo ser humano e pelo potencial das pessoas. Desenvolve o programa Onde a Vida tem Valor, alicerçado nos princípios da valorização da Vida, do Belo, da Cultura e da Esperança. Ainda oferece oficinas de produção artística e aprendizado.

    Com as crianças, o trabalho é feito por meio de Oficinas de Arte e Cultura: artes plásticas, história da arte, consciência corporal, brincadeiras, alfabetização e acompanhamento escolar, danças, oficinas de texto, jogos educativos, iniciação ao teatro, biblioteca, música, esportes e lazer, entre outras.

    Com a parceria de universidades, a Casa das Mangueiras tem buscado facilitar o acesso dos jovens atendidos ao ensino superior. Saiba mais acessando www.casadasmangueiras.org.br

    Trajetória

    Sueli Danhone nasceu em Piracicaba (SP), em 21 de novembro de 1942. Professora e diretora do Colégio Vita et Pax, em Ribeirão Preto, cidade que adotou e que a acolheu. Dirigiu a Casa das Mangueiras, desde a inauguração em 1973 até 2014, quando se afastou do cargo, mas não da causa, devido a problemas de saúde. Foi docente da Faculdade de Serviço Social da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) e também lecionou no Colégio Marista. Foi, ainda, assessora das Unidades Sociais da Província Marista de São Paulo, com especial cuidado pelo Sítio Social Pau d’Alho. Realizou inúmeras outras atividades educativas, sociais e pastorais. Ao longo da vida, Sueli seguiu a Regra de São Bento, associada às Beneditinas da Fundação Vita et Pax Monjas e Oblatas de São Bento (Pastoral do povo de rua, em São Paulo e Belo Horizonte).

    Coquetel de lançamento do livro “Sueli Danhone, diversos olhares”, autoria coletiva

    – Participação do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto

    Local: Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto (Av. Luiz Eduardo Toledo Prado, nº 900, Vila do Golfe)

    Data: 24 de maio de 2018 (quinta-feira)

    Horário: 19h00

    Entrada franca