Jr Studio

Começo de ano é sempre um apelo a novos projetos, novas conquistas e boas mudanças. Tudo o que não foi possível realizar no ano velho, ganha motivação quando chega o novo. Mas dizem os profissionais de RH, Psicologia, consultores em geral, que as boas conquistas pedem planejamento, que pede organização. Adeptas desta filosofia, a personal organizer Pamela Urrutia Lizama e a consultora de Feng Shui Maitê Orsi utilizam, cada uma em sua área, os princípios da organização para a busca do equilíbrio e, por consequência, da qualidade de vida.

O Feng Shui é uma filosofia milenar chinesa, transmitida de geração em geração e que, finalmente, foi compilada, dada sua importância para a vida contemporânea, chegando até nós. Na antiguidade, os chineses precisavam sobreviver e, para isso, deveriam aprender princípios de autoproteção, provimento de alimentos, moradia e por que não bem estar? Os antigos chineses foram transmitindo esses conhecimentos aos descendentes e, logicamente, aprimorando-os. O que o Ocidente descobriu foi que toda essa filosofia é mais útil do que nunca hoje. O homem contemporâneo tem as mesmas necessidades de sobrevivência, autodefesa, alimentação etc., em um cenário bem mais agressivo, competitivo, disputado.

“É preciso planejar a casa e o ambiente de trabalho ou estudo de forma que as pessoas consigam se realizar em equilíbrio”, explica Maitê Orsi. Segundo ela, aqueles conhecimentos acumulados são perfeitamente aplicáveis atualmente. Como aproveitar o melhor da iluminação e ventilação naturais, como economizar recursos, como preservar o meio ambiente desfrutando dele, como planejar os ambientes de forma que cada espaço propicie as melhores experiências às pessoas são alguns itens que as técnicas do Feng Shui orientam.

Em outra área, a organização profissional ganha espaço no mercado. São diferentes profissões, mas que compartilham da mesma filosofia. Pamela é fisioterapeuta por formação e personal organizer por profissão. Membro da ANPOP-Associação Nacional de Profissionais de Organização e Produtividade, ela defende que “os espaços estão sempre vivos”.

Segundo ela, a organização deixa espaço físico e emocional para a criatividade, produtividade, equilíbrio e, finalmente, a realização. “O caos não é criativo da mesma forma que a rigidez na organização, daí que a organização é um conceito não rígido que se aproveita do estilo de cada um para melhorar a qualidade de vida e a experiência das pessoas em seus espaços”, explica.

Tratando os ambientes

Maitê Orsi faz um alerta: “Os ambientes precisam ser preparados para cumprirem suas funções específicas”. Como é isso? Segundo ela, o quarto, por exemplo, tem de ser planejado de forma a evocar uma atmosfera de paz, serenidade, calma, desaceleração; já o local de estudo ou trabalho devem provocar a criatividade, e assim vai”. Para ela, as cores são apenas um dos inúmeros elementos que o Feng Shui lança mão para organizar os espaços. “As cores têm funções muito específicas. Estudos mostram, por exemplo, que alguns tons de azul são capazes de desacelerar batimentos cardíacos, assim como cores vibrantes, como o vermelho, fazem a função de alertar. Não é à toa que o vermelho tem esta mesma função nos semáforos e outros sinais de alerta”. Mas o papel das cores vai além: o laranja evoca a criatividade, o amarelo é propício para locais de alimentação, os tons amarronzados colaboram com o clima de aconchego.

E, além das cores, as formas também têm papel essencial na vida. “As formas orgânicas conversam melhor conosco. A indústria mundial sabe disso há muito tempo – basta vermos a evolução do design dos automóveis ao longo do tempo”. Texturas também são levadas em conta no planejamento dos espaços. Segundo Maitê, as texturas evocam sensações, percepções, lembranças e emoções.

“Por isso tudo, as técnicas do Feng Shui, que não se resumem a esses tópicos, devem ser aplicadas sempre em consonância com o perfil e estilo dos usuários dos espaços, sejam casas, apartamentos, escolas, empresas, indústrias e mesmo locais públicos”, explica.

E as técnicas não param por aí. Conhecimentos de geometria sagrada, geometria fractal e vários outros colaboram em cada projeto.

Organização facilitadora

Neste cenário atribulado da vida contemporânea, a organização profissional ganha também novos desafios. A personal organizer Pamela defende que, além de organizar, é necessário que o planejamento dos espaços seja personalizado e planejado de tal forma que os usuários passem a adotar o novo modelo e a conviver com ele naturalmente.

A organização pode começar, por exemplo, antes mesmo de um evento, antes do nascimento do bebê, do casamento, de uma viagem. Mas pode e deve estar sempre em funcionamento na vida das pessoas.

“Organizar não é tornar os espaços rígidos, principalmente para as pessoas que não sabem fazer isso. A organização é diferente para cada um e é feita de forma que as pessoas que compartilham os mesmos espaços, por mais diferentes que sejam, possam  não só desenvolver bem suas atividades, mas sentir-se melhor com a nova configuração”, finaliza Pamela.