Foto: FL Piton

O Boletim Epidemiológico divulgado nesta segunda-feira, dia 16 de julho, pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde apontou que, foram registrados 16 casos de dengue em Ribeirão Preto, em junho deste ano, contra dois em junho de 2017. São 14 casos a mais, um aumento de 700%.

Quando a comparação é com junho de 2016, ano que houve epidemia de dengue na cidade e registrou 70 casos da doença, a queda é de 77,14% nos casos da doença.

Já a redução no mesmo período de 2017 em relação a 2016 foi de 97,14%, apenas dois para 70 casos.

Segundo o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, os números registrados estão sob controle, mas não deixam de ser um sinal de alerta. Embora a alta seja proporcionalmente pequena, levando-se em consideração a epidemia que assolou Ribeirão Preto no início de 2016, é preciso ter consciência sobre os cuidados a serem tomados.

“É preciso dar continuidade às intervenções contra o mosquito aedes aegypti. A conscientização da população é fundamental, aliada ao trabalho que foi reforçado com limpeza, orientações e palestras para bloquear o avanço das doenças que ele transmite”, disse o secretário.

Para o desenvolvimento deste trabalho, o Departamento de Vigilância em Saúde conta com equipes especializadas no combate a endemias que atuam em toda a cidade, durante todo o ano, desenvolvendo o trabalho de identificação de criadouros, eliminação e conscientização da população, fundamentais para manter a doença sob controle.

Para isso, diante da necessidade de se compreender as situações de riscos que cada caso suspeito ou positivo de dengue/zika vírus/febre chikungunya notificados representam,  é realizadas reuniões de estudos quinzenais, entre os técnicos das Divisões de Vigilância Ambiental em Saúde, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária, no sentido de  promover ações articuladas, propiciando um  adequado enfrentamento do problema, identificando os setores prioritários  para implementação das  ações relativas ao combate do Aedes aegypti.

Também são realizadas mensalmente reuniões com representantes da Sucen-regional, Grupo de Vigilância Epidemiológica estadual, representantes da Secretaria da Infraestrutura e da Coordenadoria de Limpeza Urbana com o objetivo de discussão técnica e intersetorial das ações de controle.

Através da Notificação de casos suspeitos e do estudo e classificação das áreas de risco do município, são desenvolvidas as seguintes ações no combate ao aedes aegypti:

Foto: FL Piton

Intensificação de controle de criadouros casa a casa:

Vistoria aos imóveis de uma determinada área, para desenvolver ações de controle de criadouros. Esta atividade é dirigida a todos os imóveis da área urbana e dos aglomerados rurais, sendo excluídos, apenas os Pontos Estratégicos. Os agentes devem orientar os moradores sobre as medidas preventivas de controle do vetor, motivar o responsável para acompanhá-lo, orientar e proceder as medidas de controle mecânico dos criadouros bem como a utilização de larvicidas preconizados.

Vistorias em pontos estratégicos quinzenalmente:

Imóveis que apresentam grande quantidade de recipientes em condições favoráveis à proliferação do aedes aegypti (depósitos de pneus usados e de ferro velho, oficinas de desmanche de veículos, borracharias, cemitérios e outros); ou imóveis que geralmente apresentam pequena quantidade de recipientes, porém, em função de sua atividade ligada à transporte de mercadorias e passageiros, são de grande importância na dispersão passiva do vetor, principalmente na sua fase adulta (transportadoras, estações rodoviárias e ferroviárias, aeroportos). Nesses imóveis são realizadas pesquisas larvárias e ações de controle mecânico; tratamento focal (tratamento interno dos recipientes não removíveis e/ou não alteráveis de posição e/ou de estrutura, com larvicida.

Realização de bloqueio de controle de criadouros/nebulização:

Bloqueio de Controle de Criadouros: Consiste na visita para vistoria completa do imóvel (intra e peridomicilio) e no controle de todos os criadouros encontrados, em cada imóvel trabalhado, na área pré-definida conforme norma técnica, em função da notificação de caso suspeito ou confirmado de dengue, sendo adotadas medidas de controle mecânico, de execução possível durante a visita; tratamento focal com aplicação de larvicida em todos os recipientes que não puderam ser protegidos por medidas de controle mecânico. Deve ser realizado concomitantemente ao bloqueio de nebulização, que consiste na aplicação de inseticida de casa em casa com nebulizador portátil, a ultra baixo volume-UBV,

Vistorias em imóveis especiais bimestralmente:  Imóveis com edificações não residenciais de grande porte (comerciais, industriais e públicas). As ações a serem desenvolvidas nesta atividade consistem em vistoriar o imóvel, orientar o responsável e com este realizar medidas simples de controle mecânico. Registrar em impresso próprio entregue ao responsável, outras irregularidades a serem corrigidas. É realizado também o tratamento focal com o larvicida. Em medida emergencial há possibilidade de ser utilizada a nebulização.

Foto: FL Piton

Atendimento de notificações espontâneas realizadas por munícipes:

Atendimento de solicitações feitas por munícipes para visita em imóveis com aparecimento de aedes aegypti, Nessa atividade é realizada orientação ao morador, controle mecânico, controle focal e emergencialmente nebulização.

Área de informação, educação e comunicação (iec) são realizados:

– Treinamentos, exposições, palestras educativas em unidades de ensino, empresas privadas, unidades de saúde, igrejas, etc;
– Mutirões de retirada de criadouros em conjunto com associações de bairros.
– Mutirões de educação em parceria com instituições escolares, dentre outros;

Para Luzia Márcia Romanholi Passos, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, não se pode descuidar. “A população deve ficar alerta e continuar exercendo a principal forma de evitar a doença, com prevenção, ou seja, não deixar água parada nos ralos, olhar os vasos, tomar cuidado com as garrafas, que é onde o mosquito se desenvolve”, ressalta a diretora.

Paralelo ao trabalho do departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, a prefeitura de Ribeirão Preto promoveu uma campanha publicitária, veiculada nos meios de comunicação, para levar informação sobre os riscos de manter criadouros nas residências e locais de trabalho. Estudos apontam que 80% dos criadouros estão nesses locais.

Foram veiculadas peças em rádios, TVs e jornais, revistas, cartazes, cartilhas distribuídas à população e posts nas redes sociais. Sessenta mil sacos de pão com informes publicitários sobre a dengue chegaram às mãos dos consumidores, distribuídos pelas 60 panificadoras cadastradas pela prefeitura.

Foto: FL Piton

Chikungunya, zika vírus, microcefalia, febre amarela e gripe

Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirmado em junho deste ano. No mesmo período do ano passado, foi confirmado um caso da doença na cidade.

Não foi notificado e investigado nenhum caso de zika vírus, em junho de 2018. Em junho de 2017, foram notificados e investigados dois casos da doença, mas nenhum confirmado.

Casos de microcefalia ou outras alterações neurológicas possivelmente relacionadas à infecção pelo zika vírus não foram relatados em junho de 2018. No mesmo período do ano passado, também não foi confirmado nenhum caso da doença.

De acordo com o levantamento, não foi registrado nenhum caso de febre amarela no mês de junho de 2018. Em junho do ano passado também não houve registro da doença.

Com relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (gripe causada pelo vírus Influenza – H1N1), foram confirmados 18 casos em junho deste ano, em Ribeirão Preto.

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