As perspectivas econômicas e as projeções no Brasil e no mundo foram abordadas por Caio Megale, Economista-chefe da XP Investimentos, durante o LIDE LIVE Interior SP, promovido pelo LIDE Ribeirão Preto na quinta-feira, 27 de maio.

“Estamos vendo em todo o mundo, desde o ano passado, uma retomada alavancada por três fatores: os auxílios e programas emergenciais para manter a economia viva; a funcionalidade das tecnologias e as possibilidades de trabalhar e de comunicar de outros locais e as perspectivas de vacinação. Quando olhamos para o Brasil, nós sentimos que ainda não temos uma retomada na veia, pra valer. Outros países já conseguem se beneficiar e se equilibrar melhor neste cenário, tendo acelerado a imunização, por exemplo”, comenta o economista.

Segundo as projeções do FMI, o PIB global para este ano será de 6% e de 4.4% em 2022. Já no Brasil, os números apresentados por Caio estimam uma retomada surpreendente, segundo ele, de 4,1% para este ano – mesmo percentual que ficou negativo em 2020 – e para o próximo ano pode chegar até 2%.

“Sem dúvida o grande setor e motor de retomada será o de serviços. Há um conceito em economia que se chama “Fell good effect” ou seja o efeito de se sentir bem, que normalmente é sentido após um choque e sempre traz aspectos muito favoráveis na retomada, quando as pessoas se sentem mais animadas, consomem mais. Esta “euforia” será sentida em serviços, varejo, eventos, shoppings centers, entre outros.

Porém para atrair mais investimentos internacionais, Caio Megale avalia que o país deve fazer o dever de casa com os gastos públicos e prover segurança com as reformas que segundo ele são urgentes. Outro fator que ainda deixa os investidores em alerta é a chegada das eleições em 2022. “Quando um investidor olha pra o país pode ver muitas coisas acontecendo e em sua análise percebe que temos duas vezes mais dívidas do que qualquer outro país emergente, a política passa por uma série de instabilidades, o teto de gastos vem subindo desde 2013 e todos esses fatores acabam pesando. O Brasil tem muita oportunidade para crescer, mas por conta desses contratempos as possibilidades acabam se perdendo. É preciso arrumar a casa e conseguir um equilíbrio fiscal para termos um crescimento mais efetivo”, finaliza.

Otimista com os cenários e projeções, ele finalizou sua apresentação enfatizando que, superando os desafios e com a economia mantendo a perspectiva de crescimento, o país volta a ficar atraente para os investimentos.