As birras são manifestações comportamentais que as crianças pequenas têm para comunicar excessos ou carências. É uma desorganização neurológica temporária, isso quer dizer que, crianças pequenas não conseguem compreender a razão da maioria dos limites e mesmo quando conseguem, elas ainda não têm autocontrole desenvolvido para seguir o limite apresentado.
Entre 02 e 04 anos as crianças ainda não estão maduras o suficiente para encarar uma frustração. É nessa idade que as crianças diante da frustração de um NÃO, demonstram uma explosão de sentimentos que vem em forma de choro incontrolável, gritos, esperneios, e claro, se jogam no chão. Em algumas situações, as crianças estão testando o limite dos pais para descobrir até onde podem chegar. Outras vezes, é apenas um pedido de ajuda inconsciente para lidar com um sentimento novo.
Não existe uma fórmula mágica. Mas algumas dicas podem ajudar nesse desafio:
– No momento de birra, não adianta falar ou querer conversar com a criança, pois ela estará ocupada em querer chamar atenção a qualquer custo e não vai ouvir ou assimilar nada do que você falar, então mantenha a calma. É desafiador, mas não tenha pressa para resolver a situação. Não ceda, mas também não entre no foco do problema como: discutir o comportamento inadequado, tentar convencê-la através de argumentações, pois, nesse instante além da criança (até os 05 anos) não ouvir e nem compreender nada que se fale, ela não consegue manter a concentração nas palavras por mais de 30 segundos.
– Nada de gritos: lembre-se que você serve de modelo para seu filho e quanto mais calmo ficar, mais rápido a situação vai se resolver. Os pais são os primeiros referenciais de mundo para os filhos, por isso a importância de uma imagem que transmita autoridade, firmeza e segurança.
– Se a criança estiver em um lugar seguro, afaste-se por alguns instantes. Caso estejam em algum lugar público, apenas aja (por exemplo: pegue a criança pelas mãos e diga: “Vamos conversar sobre isso mais tarde, agora é hora de entrar no carro”). Em ambos os casos, faça uma auto-observação e comece a identificar o que te incomoda nesta situação. Assim, após a cena passar e a criança mais calma, é um bom momento para que sentar com a criança e conversar.
– Neste momento, nomeia os sentimentos que a criança sentiu e expressou. É importante os pais também falarem sobre os sentimentos e sua responsabilidade na situação. Podem dar exemplos de situações que ficam com raiva, e que não gostam de ouvir “não” e como reagem. Busque uma conexão com a criança, demonstre firmeza e gentileza nas falas e ações.
– Busque junto da criança alternativas para a situação apresentada (use falas e ações práticas de acordo com a idade da criança).
– Dê um abraço bem gostoso para mostrar a ela que está tudo bem! É através desse olhar, dessa conexão, dessa disponibilidade, que a criança irá se sentir amada, importante, segura e responsável.
Compartilhe comigo suas experiências!
Um abraço.
