Marlene Aparecida Sarti / Aluna. Instagram: marla.sarti

Dance e seja feliz”!
Essa é a frase de status da Coreógrafa e Educadora física Graziela Di Bianco (40) no aplicativo WhatsApp.

“A dança de salão é muito divertida. Ela estimula o corpo, estimula a mente, ajuda a relaxar, diminui o estresse, incentiva a interação social. Isso tudo aconteceu comigo”,  Marlene Aparecida Sarti (49), assistente social que pratica dança amadora há mais de três anos com o marido.

“Diversos estudos já mostraram que a ação da modalidade aeróbica é capaz de ‘reconfigurar nosso cérebro’, isso porque ela pode aumentar os níveis de bem-estar e euforia em quem a pratica, seja amador ou profissional”.
Dra. Veridiana do Carmo Moura (31), médica psiquiatra, falando não especificamente da dança, mas de exercícios aeróbicos, nos quais a dança se encaixa.

“A dança pode transformar vidas! Qualquer um pode dançar. O estilo que escolher pouco importa desde que alegre a sua alma. Corpo são, mente são“.
Eduardo Costa Júnior (49)/ DWX Experience Ritmos. Dançarino da Banda Rodhanna há 22 anos. Professor de dança nas Academias: W1nner e Nova Fiúsa e Adriana Mazza – Centro de Cultura e Dança. 

Eduardo percebeu que a dança poderia transformar sua vida aos 8 anos de idade, a partir dai fez aulas de balé, sapateado, jazz e se envolveu nesse universo. Seu estilo de dança é o Freestyle, que trata-se da modalidade mais frequente na mídia hoje, não é dançada somente no acento rítmico da batida, mas também nas convenções vocais e instrumentais da música. Na aula o professor Duda mistura todos os ritmos e o aluno tem a liberdade para mudar, inventar e ter seu próprio estilo. Qualquer um pode dançar! 

Tabela de gasto calórico relativo a 30 minutos de dança
Dra. Veridiana do Carmo Moura / Médica Psiquiatra – FB

Estes depoimentos atestam algo que muitos de nós sabemos empiricamente. Dançar traz uma sensação muito agradável e isso é neurologicamente explicável. Quando praticamos qualquer espécie de atividade aeróbica, o cérebro tende a produzir ou liberar substâncias que contribuem para a sensação de prazer. “Quando você começar a se exercitar, seu cérebro reconhece isso como um momento de estresse. Quando a sua pressão cardíaca aumenta, o cérebro entende que você está lutando contra algum inimigo ou fugindo de alguma situação de perigo. Para te proteger, ele libera uma proteína chamada BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor). Esta proteína tem um elemento que protege e repara seus neurônios e memória, funcionando como um botão de resetar. É por isso que, muitas vezes, nos sentimos tão relaxados e felizes após os exercícios”, descreve a doutora Veridiana.

A psiquiatra explica ainda que a atividade aeróbica também libera endorfina com o principal objetivo de minimizar o desconforto do exercício e bloquear uma possível sensação de dor, o que justifica o bem-estar já que a substancia combate o estresse. “A parte um pouco assustadora é que tanto a BDNF quanto a morfina têm um comportamento viciante muito semelhante à morfina, heroína ou a nicotina. A diferença é que a BDNF e a endorfina são realmente boas para nós”, conclui a médica.

Graziela Di Bianco / Coreógrafa , Educadora Física e proprietária do Studio Grazy Di Bianco. Instagram: graziela_di_bianco / YouTube: Studio Grazy Di Bianco

Aliados a todos esses benefícios para mente, a dança também traz ganho para o físico. Por ser um exercício de muita agilidade, ela é capaz de trabalhar diversas partes do corpo. “A dança é uma atividade que engloba todos os músculos do corpo, membros superiores e inferiores porque trabalhamos em um conjunto dinâmico de movimentos. Então conseguimos recrutar várias musculaturas ao mesmo tempo: quadríceps, abdômen, panturrilha, tríceps”, explica Graziela di Bianco. Por manter um estúdio de dança com público predominantemente feminino, ela relata ainda que a dança pode trabalhar a sensualidade e a feminilidade, e que isso pode contribuir muito para elevar a autoestima.

E sobre elevar a autoestima, Marlene que faz dança de salão com o marido uma vez por semana, entende bem. Ela lembra que logo nas primeiras aulas, quando conseguiu executar alguns passos, foi embora super feliz e cheia de confiança. Ela fala, orgulhosa, que o casal vive recebendo elogios quando dança em público. “Estes dias mesmo, estávamos dançando em uma festa de aniversário e uma pessoa se aproximou dizendo que era perceptível que fazíamos aulas por causa da nossa postura e da firmeza com que meu marido me segura”, conta.

Mas os benefícios não param por aí, desde que começou a dançar o casal já aprendeu ritmos como forró, samba, cha cha cha, soltinho e bolero. Este último, afirma a assistente social, foi muito eficaz naquilo que o professor relatou para sua turma no primeiro dia de aula, que a dança de salão une o casal. ” De fato, a gente se uniu mais mesmo. O bolero, por exemplo, é uma dança romântica, que você tem que curtir seu parceiro, vocês se abraçam, é envolvente”.

Eduardo Costa Júnior além de Professor de dança é Coreografo, Figurinista e Cenógrafo. Instagram: dwdacosta_dwx / Youtube: Eduardo Costa Júnior

Dançar também é terapêutico. Profissionais como Terapeutas Ocupacionais aplicam o método por verem na atividade uma maneira de o indivíduo se expressar com o corpo, de se comunicar com o mundo ao seu redor e se autoconhecer, o que pode ser muito eficaz em processos de socialização, por exemplo. Então, depois de tantos relatos positivos, você, provavelmente está concordando com o título deste texto. Não resta dúvida. Quem dança muitos males espanta!

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