Vamos falar de sexualidade com nossos filhos?

Ainda hoje existe um tabu ou mesmo um receio para falarmos sobre sexualidade. Se para nós adultos, é um tema complexo, e que, algumas vezes gera desconforto, imagine para uma criança.

A sexualidade ao senso comum ainda é vista como algo ligado ao erotismo e atos sexuais. Mas ela vai muito além…sexualidade representa o conjunto de comportamentos que concernem a satisfação da necessidade e do desejo. É também conscientização do próprio corpo, amor, carinho, sentimentos, emoções e sensações.

Mas qual a hora de falar com nossos pequenos sobre sexualidade? A sexualidade está presente desde o momento do nosso nascimento. Desde de bebê a gente explora o prazer e os contatos afetivos. Porém aos 02 anos quando começa a fase do desfralde, inicia-se a fase da descoberta corporal. Contudo, as maiores explorações e descobertas dos órgãos sexuais iniciam por volta dos 04, chegando até os 06 anos. Neste momento, as crianças ficam mais instigadas pelas descobertas no próprio corpo e no ambiente em que vivem. Percebem a diferença entre o corpo feminino e masculino de maneira mais evidente, aflorando a curiosidade e assim, começam as famosas perguntas, como por exemplo: “Como nascem os bebês?” “Como foram parar na barriga da mamãe?”

Os pequenos nos darão pistas sobre sua sexualidade e virão com suas perguntas. Nós pais, não precisamos elaborar teorias para dar as respostas, mas sim ser simples, usar uma linguagem de acordo com a idade da criança e nunca deixá-la sem uma resposta, pois isso pode gerar mais curiosidade e a ideia de “em casa” ou com “meus pais” eu não posso perguntar sobre isso. É importante estar atento para identificar aquilo que ela realmente quer saber. Procure responder somente o que lhe foi perguntado, caso ela se interesse mais pelo assunto, ou não tenha compreendido a explicação, não se preocupe, ela fará uma nova pergunta na sequência ou em outra ocasião.

A criança vai construindo sua identidade, a representação de si através das relações afetivas que tem com seus pais ou cuidadores. Por isso, a forma como vamos conduzir essa primeira fase do desenvolvimento irá refletir na adolescência. Acolher o interesse da criança, além de promover seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, propicia o fortalecimento da relação de confiança mútua entre ela e seus adultos de referência. É muito importante sermos honestos, passarmos confiança sobre o que vamos falar e nos sentirmos confortáveis com o momento. Pra isso, tenha uma escuta diferenciada com a criança, gere uma aproximação, julgamentos e preconceitos, sempre que possível, devem ser deixados de lado para que a sexualidade não seja vista como tabu. Torne o momento lúdico, podendo utilizar-se de desenhos, livros, histórias e principalmente observe o que você no papel de pai ou mãe sente, lida e como vivenciou esse período de descobertas. Assim a conversa flui de maneira mais tranquila e as descobertas sem tantas dificuldades.

 

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