Comércio apresentou saldo de contratações em âmbito nacional

Dados analisados no Boletim Ceper/Fundace também mostram redução no número de desocupados

Com base nos dados de dezembro de 2017 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Boletim Mercado de Trabalho de Fevereiro de 2018 do Ceper/Fundace mostra que houve destruição de vagas em âmbito nacional e em todas as regiões analisadas no levantamento.

“O mês de dezembro é característico por saldo de demissões em função da sazonalidade das atividades produtivas. Nesta época ocorrem férias coletivas, demissões e a produção tende a sofrer redução”, justifica o pesquisador do Ceper, Sergio Sakurai. Apesar do saldo negativo, o montante de vagas destruídas no mês foi inferior aos contabilizado no mesmo mês do ano de 2016.

Todas as regiões analisadas, exceto Sertãozinho, apresentaram desempenho favorável no acumulado ao longo do ano de 2017 em comparação com o acumulado ao longo do ano de 2016.

No estado de São Paulo como um todo e nos municípios de Sertãozinho, Franca e Campinas, o acumulado dos últimos 12 meses ainda se mantém com saldo de demissões líquidas.

Entre os setores analisados, Indústria e Serviços apresentaram saldo negativo significativo em âmbito nacional e em todas as regiões analisadas.

Segundo o IBGE, a produção industrial encerrou o ano de 2017 com crescimento de 2,5%, após três anos consecutivos de perdas. Comparado ao mês de novembro de 2017, o setor avançou 2,8%, sendo que a produção não crescia de forma tão acelerada desde 2010.

Apesar de a Indústria apresentar grande volume de demissões em dezembro de 2017, percebe-se que os saldos negativos do acumulado do ano têm sofrido redução se comparado aos anos anteriores, o que confirma a recuperação da produção industrial.

Comércio é o único setor que apresentou saldo positivo em âmbito nacional.

O Estado de São Paulo registrou 116.391 demissões líquidas em dezembro de 2017. O montante desse mês, apesar de negativo, é significativamente inferior ao cenário de demissões líquidas do mesmo mês de 2016, quando foram registradas mais de 159 mil demissões líquidas.

Todos os setores apresentaram demissões. O setor de Serviços foi o que mais demitiu, sendo o segmento de Administração Pública em Geral foi responsável por 9.211 postos líquidos destruídos.

A Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP)  registrou a destruição de 4.089 vagas líquidas em dezembro de 2017, mês que teve o pior resultado do ano. No entanto, o montante de vagas destruídas foi inferior ao exibido em dezembro de 2016, quando foram contabilizadas 7.045 demissões líquidas.

Somente os setores do Comércio e da Construção Civil apresentaram contratações líquidas. O setor Serviços foi, por outro lado, o que mais demitiu, fechando 2.079 vagas.

“Merece destaque o fato do saldo acumulado ao longo de 2017 ter sido positivo, com a criação líquida de 2.393 vagas, reversão positiva do saldo de destruição de vagas que vinha sendo apresentado já há um longo período na região. Nota-se, portanto, que a Região Administrativa de Ribeirão Preto exibiu comportamento distinto do observado em níveis nacional e estadual”, analisa Sakurai.

O município de Ribeirão Preto registrou a destruição de 926 vagas líquidas, pior valor registrado no ano de 2017, mas inferior as 2.046 vagas líquidas destruídas em dezembro de 2016. Entre os setores, somente o Comércio registrou contratações. Serviços foi, por outro lado, o setor que mais demitiu (454 vagas líquidas).

Sertãozinho contabilizou saldo de 170 demissões líquidas em dezembro de 2017, montante superior às 119 demissões líquidas registradas no mesmo mês de 2016. O setor da Construção Civil foi o que mais contratou (312 vagas líquidas). A Indústria, por outro lado, foi o setor que mais demitiu (231 vagas líquidas), sendo o segmento de Fabricação de Açúcar em Bruto responsável por 594 demissões.

Franca registrou a destruição de 5.214 postos líquidos de trabalho em dezembro de 2017. Esse foi o maior montante registrado no ano de 2017, mas ainda é inferior aos 5.416 postos líquidos destruídos em dezembro de 2016. É possível notar que todos os setores apresentaram demissões. O setor que menos demitiu foi Agropecuária, com 126 postos líquidos destruídos.

Em Campinas foram registradas em dezembro de 2017 3.218 demissões líquidas, o maior saldo negativo mensal registrado em 2017 e próximo das 3.488 demissões registradas em dezembro de 2016. Somente a Agropecuária apresentou saldo positivo.  O setor de Serviços foi, por outro lado, o que mais demitiu (2.385 vagas líquidas destruídas).

São José do Rio Preto encerrou o mês de dezembro com fechamento de 1.061 postos líquidos de trabalho. Este montante, apesar de negativo, é inferior ao registrado no mesmo mês em 2016. O Comércio registrou a abertura de 170 vagas líquidas e mais uma vez o setor de Serviços foi o que fechou mais postos de trabalho (742 demissões líquidas).

Análise – Se considerada a sazonalidade, os dados apresentados nesta edição do boletim Mercado de Trabalho do Ceper/Fundace mostram recuperação do mercado de trabalho, apesar do saldo negativo de criação de empregos em dezembro de 2017. O ritmo de criação de empregos é o mais forte desde o primeiro trimestre de 2014, refletindo a melhora gradual do mercado formal verificada ao longo dos últimos meses.

As informações disponibilizadas pela PNAD contínua do IBGE reiteram esta melhora no mercado de trabalho, conforme mostra a taxa de desocupação reportada em 11,8% no trimestre referente aos meses de outubro a dezembro de 2017. Esta taxa representa uma queda de 0,6 pontos percentuais frente ao trimestre anterior (entre Julho e Setembro de 2017), quando foi atingido o patamar de 12,4%.

Adicionalmente, a taxa de participação (indicador que mede o percentual de pessoas da força de trabalho na população em idade de trabalhar) manteve-se estável, enquanto a população ocupada no setor privado com carteira assinada vem melhorando gradualmente.

Quanto ao número de pessoas desocupadas, este contingente caiu 5,0%, atingindo cerca de 12,3 milhões de pessoas no País. Esta estimativa reflete menos 650 mil pessoas desocupadas frente ao trimestre de julho a setembro de 2017, ocasião em que a desocupação foi estimada em 13 milhões de pessoas.

Na análise do contingente de ocupados, segundo os grupamentos de atividade, do último trimestre de 2017 em relação ao trimestre anterior, destaca-se aumento na categoria de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,1%, ou mais 368 mil pessoas), Outros serviços (3,6%, ou mais 163 mil pessoas) e Serviços domésticos (3,3%, ou mais 204 mil pessoas). Na comparação anual, destaque para as categorias: Indústria (4,6%, ou mais 527 mil pessoas), Alojamento e alimentação (8,7%, ou mais 420 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,2%, ou mais 408 mil pessoas), Outros serviços (8,7%, ou mais 375 mil pessoas) e Serviços domésticos (4,2%, ou mais 260 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (5,1%, ou menos 459 mil pessoas).

Ao longo do ano, a continuidade do processo de recuperação gradual da atividade econômica deve continuar a contribuir positivamente para o mercado de trabalho.

O Boletim Mercado de Trabalho – FEVEREIRO 2018 completo está disponível no site da Fundace no endereço: https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201802_00343.pdf

Ceper – O Centro de Pesquisa em Economia Regional foi criado em 2012 e tem como objetivo desenvolver análises regionais sobre o desempenho econômico e administrativo regional do País. Sua criação reúne a experiência de diversos pesquisadores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da Universidade de São Paulo em pesquisas relacionadas ao Desenvolvimento Econômico e Social em nível regional, a análise de Conjuntura Econômica, Financeira e Administrativa de municípios e Gestão de Organizações municipais, entre outros. A iniciativa de criação do Centro foi dos pesquisadores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa, todos da FEA-RP/USP. Os Boletins Ceper têm o apoio do Banco Ribeirão Preto, Stéfani Nogueira Incorporação e Construção, São Francisco Clínicas, Citröen Independance, Ribeirão Diesel e CM Agropecuária e Participações.

Fundace – A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma instituição privada sem fins lucrativos criada em 1995 para facilitar o processo de integração entre a FEA-RP e a comunidade. Oferece cursos de pós-graduação (MBA) e extensão em diversas áreas. Também realiza projetos de pesquisa in company além do levantamento de indicadores econômicos e sociais nacionais regionais.

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