HC terá equipamento de ponta para diagnóstico de câncer ocular

Centro de Oncologia Ocular começará a funcionar no segundo semestre de 2018, com investimento de aproximadamente R$ 2,5 milhões; setor terá aparelho referência, que só existe em São Paulo

Olho (Foto: Divulgação/Agência Brasil)
Olho (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

No segundo semestre de 2018 Ribeirão Preto avançará ainda mais no setor da saúde, onde já é referência, porque o HC (Hospital das Clínicas) da USP vai inaugurar o Centro de Oncologia Ocular. O setor será estruturado com um investimento de R$ 2.436.599,35, captado pelo programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica.

Tais recursos possibilitarão a aquisição de aparelhos de primeira qualidade, como o RETCAM, usado para diagnóstico da retinopatia da prematuridade e do retinoblastoma, problemas oftalmológicos que atingem crianças e podem levar à cegueira irreversível se não forem detectados e tratados rapidamente.

Esse equipamento tem tecnologia que obtém todas as informações da retina do paciente. Isso possibilita que as imagens sejam transmitidas para outros centros especializados para interpretação, diagnóstico e troca de opiniões entre profissionais da área médica. No Brasil só existe um aparelho desse em operação, no Instituto da Visão da Universidade Federal de São Paulo.

O Centro de Oncologia Ocular do HC terá como objetivo principal o tratamento de tumores intraoculares, sendo os principais os retinoblastomas nas crianças e melanomas nos adultos. No geral ele deve realizar 20 consultas por semana.

O número pode parecer baixo, mas é importante porque segundo o cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde, não há serviços habilitados para a braquiterapia ocular pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ou seja, não há serviços para se realizar a principal terapia para melanomas de coróide, o principal câncer primário intraocular do adulto.

“A região atendida pelo HC gira em torno de quatro milhões de habitantes e, considerando-se uma média verificada de 23 casos por milhão, poderemos ter cerca de 92 casos de retinoblastoma a serem tratados, caso não haja encaminhamento por parte de outros diretórios regionais de saúde ou até mesmo de outros estados brasileiros”, explica o professor Dr. Rodrigo Jorge, do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HCRP/FMRP de Ribeirão Preto, responsável pelo projeto.

Serão atendidos pacientes encaminhados dos departamentos regionais de saúde de Ribeirão Preto, Franca, Araraquara e Barretos, além de pacientes de outras cidades e regiões que forem encaminhados para tratamento especializado no centro de referência.