Um atelier de arte no coração do Boulevard

Quem passa pela Rua Marechal Deodoro 1668 vê uma ampla vitrine sempre montada sob um tema instigante com obras de arte ou uma criativa instalação. Trata-se de uma típica casa dos anos 1950, adaptada para a arte, mas que guarda o charmoso estilo de época. Mãe e filha, a artista plástica Maysa Pettes e a fotógrafa Ana Isméria P. Velludo – esta deixou o turbulento mundo financeiro para abraçar as lentes de uma câmera – cuidam do Atelier Arter.

Só um passeio pelo interior da casa já é uma boa viagem com parada nos Anos Dourados. O lugar é charmoso, aconchegante e sempre tem um bom cafezinho ou chá para receber os visitantes. No estilo, talvez seja único na cidade. É bom lembrar que os anos 1950 têm um quê de modernidade no pensamento, nas artes, na urbanização, certa liberdade para a imprensa e um clima para a inspiração. Por que não?

O Arter reúne um pouco de tudo isso. Os tacos no chão da sala principal remetem ao aconchego. O espaço do cafezinho, com objetos escolhidos a dedo ou a olhos – por olhos de artista – acabam com aquela pressa de quem pensava em dar apenas uma passadinha. O piso de ladrilhos num criativo mosaico da sala próxima rompem com qualquer cerimônia e atraem o visitante. Tudo com poucas paredes e num estilo aberto que instiga o olhar a seguir pelos cômodos. E, por fim, o quintal. Ah, este é um verdadeiro cantinho mais italiano do que aquela área comum para onde convergem as casas de uma típica família do coração da Toscana, onde todo mundo senta para celebrar e para resolver em grupo qualquer assunto sério ou não. Tijolo a vista, árvores, passarinhos, flores, sombras para sentar, uma mesinha para aquela boa leitura – nem parece que está no coração de uma cidade de 700 mil pessoas. É como um refúgio no tempo.

Maysa e Ana Isméria estão sempre recebendo convidados para apresentar uma nova exposição de artes plásticas e fotografia. E não raro convidam nomes significativos do meio cultural para assinarem uma mostra coletiva. Quem passar por lá, verá fotografias e telas de mostras como “Legítima Defesa da Honra”, que mãe e filha fizeram inspiradas no noticiário sobre violência contra a mulher, “Minha Doce Menina”, com imagens do pincel ou da fotografia que evocam a pureza e a delícia da infância, ou ainda da série “Sur le Trace de Henri”, inspirada no pintor francês Henri Matisse. Com sorte, vê em primeira mão alguma novidade em produção.

SAIBA MAIS

Vale a visita:
Endereço: Rua Marechal Deodoro 1668, em Ribeirão Preto
Telefone: (16) 3623-1822
Horário de funcionamento: das 9h às 18h, de segunda a sexta
Na internet: http://ateliearter.blogspot.com.br