Resíduos de cigarro viram papel reciclado

Em primeiro lugar: fumar faz mal à saúde e todas as campanhas do Ministério da Saúde são verdadeiras (quer parar? Veja aqui as orientações). O cigarro faz mal também ao meio ambiente e uma empresa de Votorantim (SP) desenvolveu um sistema para reciclar as bitucas.

Cada bituca descartada contém 8.600 substâncias tóxicas, segundo o empresário Marcos Poiato, idealizador do projeto, os brasileiros fumantes consomem, em média, 17 cigarros por dia. O descarte em aterros e lixões, segundo ele, representa grande risco para lençóis freáticos e o solo. A decomposição desse resíduo demora de 15 a 20 anos. Para se ter uma ideia, 20 bitucas de cigarros são suficientes para transformar 10 litros de água em esgoto.

Resíduos de cigarro são classificados como lixo tóxico classe 1, a mesma classificação recebida pelo lixo hospitalar, por exemplo. Entretanto, segundo Poiato, 98% do descarte é feito em ruas e calçadas.

A Poiato instala caixas coletoras – existem quatro em Ribeirão Preto, uma delas no Edifício New Century, na Avenida Presidente Vargas. Elas são retiradas periodicamente. Na usina de reciclagem, as bitucas são transformadas em massa de celulose, matéria-prima que pode ser utilizada como papel para trabalhos artesanais ou agronômicos (como recipientes para sementes de reflorestamento).

Empreendedorismo

O negócio começou quando Poiato, o empresário, decidiu deixar a carreira de executivo para apostar em sua própria empresa. No embalo da lei antitabagismo, investiu na logística de coleta das bitucas de cigarro e depois buscou a tecnologia para a transformação do resíduo.

Pesquisou experiências em outros países – no Canadá o resíduo é usado para a fabricação de pallets de plástico, na China em anticorrosivos e no Chile em tecido – mas, decidiu pela tecnologia 100% nacional desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Brasília (UnB). Poiato tem exclusividade sobre ela no Brasil.