Exposição solar e a perda de colágeno

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Por Cláudia Peres

Há muito se fala sobre a importância do colágeno como substância responsável por garantir a firmeza da pele e sua aparência jovem e saudável. Também é sabido que depois dos 25 anos existe a diminuição progressiva na produção de colágeno pelo organismo (estimada em 1% ao ano). Além da perda natural, outros fatores contribuem para acelerar o processo: tabagismo, estresse, álcool, consumo excessivo de açúcar, poluição, baixos níveis hormonais e, principalmente, a exposição ao sol.

O sol é um dos grandes vilões do colágeno, sua radiação UV provoca a produção de radicais livres que, em excesso, leva ao estresse oxidativo e alterações irreversíveis na conformação celular. Neste processo, as fibras de colágeno são quebradas, gerando a flacidez da pele, não só do rosto, mas do corpo todo.

Em casos de exposição intensa e por períodos prolongados, a pele pode apresentar uma lesão conhecida como ‘Elastose Solar’. Neste caso, as fibras de colágeno e elastina apresentam uma degradação profunda, a pele perde sustentação e elasticidade, virando uma placa coriácea (textura semelhante ao couro, que se quebra facilmente), dura e cheia de rugas.

Para repor a proteína perdida, muitos brasileiros estão aderindo ao consumo do colágeno hidrolisado. Porém, estudos clínicos desenvolvidos até o momento não são considerados conclusivos para determinar sua eficácia na dermatologia.

Quando o colágeno hidrolisado entra no organismo é transformado em aminoácidos. Até o momento, não é possível afirmar se essas substâncias serão totalmente absorvidas e aproveitadas para a produção de colágeno.

Em contrapartida, tratamentos estéticos para estimular a produção de colágeno pelo organismo vêm apresentando excelentes resultados. Desde procedimentos simples, como os peelings de ácido retinóico, até equipamentos sofisticados, como ultrassom micro e macrofocado, laser e a radiofrequência.

Existem também preenchedores à base de ácido hialurônico, que retém água e criam um meio propício para a estimulação da produção da proteína na face, e os bioestimuladores à base de hidroxiapatita de cálcio e ácido polilático, que são aplicados no corpo para combater a flacidez.

Mesmo com tantas opções de tratamento, o mais importante é a prevenção. Os fotoprotetores solares são os maiores aliados de quem deseja uma pele saudável e firme. O ideal é combinar protetor solar com chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV.

Existem algumas substâncias que podem ser ingeridas para potencializar o efeito dos filtros solares, ajudando a ampliar a proteção e diminuindo os efeitos dos radicais livres, que causam o envelhecimento. Mais do que uma pele bonita, a pessoa deve buscar uma pele saudável. Para isso, os pacientes devem visitar regularmente um médico especialista para fazer uma avaliação e sugerir os tratamentos e cuidados adequados.

Cláudia Peres é médica dermatologista e especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)