Segundo dados do Ministério da Saúde (VIGITEL 2016), 62% da população brasileira estão excessivamente acima do peso. No Brasil, busca-se compreender como se pode frear o crescimento deste distúrbio em um país onde Educação e Saúde ainda precisam evoluir. No entanto, antes de identificar soluções efetivas, é preciso entender o cenário e o que está levando ao aumento desenfreado da obesidade.

“São vários os motivos para o aumento da obesidade. Um deles é a correria do dia a dia, que tem como consequência o ato de se alimentar sem atenção aos sinais do corpo como, por exemplo, a saciedade”, diz a nutricionista Marcia Daskal. O antropólogo Raul Lody comenta que o aumento das porções e a frequência de refeições fora de casa fazem com que as pessoas comam cada vez mais rápido e sem afeto com os ingredientes, tornando automático o ato de alimentar-se.

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Segundo levantamento recente do IBGE, pessoas de 15 anos ou mais estão entre as mais sedentárias. O preparador físico Marcio Atalla analisa que o estilo de vida do brasileiro está inadequado e o sedentarismo precisa ser combatido com a mesma seriedade que é enfrentada a má alimentação.

Marcio sugere dicas simples que podem impactar positivamente em longo prazo como subir escadas, nem que sejam poucos andares; a cada uma hora sentado, levantar-se e circular para que o corpo não se acostume com a inércia; estacionar em vagas distantes do local de destino, entre outros.

Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Dante Pazzanese, instituto de cardiologia localizado em São Paulo (SP), explica que a obesidade é também condutora de outras doenças, já que está relacionada à deficiência do sono, sobrecarga do metabolismo e dificuldade para praticar atividades físicas. “Além disso, há a questão do isolamento social, já que a parte psicológica e autoestima do paciente também são fortemente afetadas”.

Muito se discute sobre as medidas que podem ser tomadas e o debate está focado em três propostas: taxação (aumento de impostos de alimentos com açúcar), mudança de rotulagem nutricional e redução de açúcar em produtos industrializados. Mas será que esse é o melhor caminho?

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O que dizem os especialistas

Enquanto o poder público tende a tomar decisões punitivas, especificamente contra o açúcar, posicionado o ingrediente como o “vilão” da vez, especialistas sugerem outras soluções. “Medidas impositivas não funcionam no longo prazo. Não adianta culpar um ingrediente pelos problemas de saúde. É necessário incluir o cidadão no poder da escolha consciente e isso só se atinge educando”, defende Raul Lody.

“Existem tendências em culpar o inimigo errado. Não é o açúcar, não era o sal e nem o ovo, mas sim o sedentarismo e a falta de instrução. O caminho é munir a população de informação”, pondera Marcio Atalla. Segundo o preparador físico, falta iniciativas governamentais que trabalhem essa tendência.

Alimentação equilibrada, sem abusos ou restrições, aliada à prática de exercícios, é a chave para a qualidade de vida, podendo auxiliar na diminuição de estresse e beneficiando a rotina do sono. Essa combinação promove uma vida mais saudável, prevenindo diversos tipos de doenças. Orientar profissionais da saúde e da educação para repassar informações valiosas sobre a alimentação equilibrada, variada e saudável é outra solução. É preciso ampliar o debate para garantir o consumo consciente.

Campanha Doce Equilíbrio

Diante disso, foi criada a Campanha Doce Equilíbrio, uma iniciativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) que tem como objetivo promover a informação sobre o equilíbrio na alimentação e estilo de vida. Saiba mais no site da campanha.