Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP estão testando em camundongos um novo método para combater o câncer de pele. Ele associa corrente elétrica de baixa intensidade aos medicamentos quimioterápicos e tem dado bons resultados.
Os primeiros testes foram apresentados na Fapesp Week Nebraska-Texas, evento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) realizado nos Estados Unidos de 18 a 22 de setembro. “Além de reduzir o tamanho do tumor, o tratamento o deixou menos agressivo. Acreditamos que esse método permite que o medicamento se espalhe por toda área do tumor, enquanto nas outras aplicações ele fica concentrado em um só local”, explicou a professora Renata Fonseca Vianna Lopez.
Ela ainda conta que a principal dificuldade dos tratamentos anteriores era fazer o medicamento atravessar a camada mais superficial da pele, composta basicamente por células mortas. “Essa é uma importante barreira do tecido contra a entrada de microrganismos, mas também dificulta a penetração de medicamentos”, disse a docente da FCFRP.
Para romper essa barreira, os pesquisadoras adotaram uma corrente unidirecional de baixa intensidade para que as substâncias químicas atravessem a pele, sendo empurradas até a circulação pelo campo elétrico. No caso do câncer de pele, a intenção é que o medicamento se concentre na região abaixo da primeira camada de pele, que precisa de tratamento. Por isso o estudo optou por colocar o quimioterápico dentro de nanopartículas.
A professora Renata Lopes ainda afirmou que os primeiros resultados sugerem que esse método, que utiliza corrente elétrica de baixa intensidade, também interrompe a proliferação de microrganismos que podem agravar a lesão.