Editora mineira aposta em livros para meninos

Mulheres leem mais que os homens. A constatação, baseada em pesquisa, é mundial. De acordo com o levantamento Retratos da Leitura no Brasil, divulgado em 2016 pelo Instituto Pró-Livro, 55% dos leitores brasileiros são mulheres. “Meninas leem mais que meninos e isso denota a vinculação de uma imagem de bom comportamento e domesticação do corpo. Nos livros infanto-juvenis, as protagonistas das histórias são sempre bem comportadas. Mesmo quando a narrativa é feita por um menino, ele tem bom comportamento”, avalia a educadora Silvania Sousa do Nascimento.

Ela é uma das diretoras da editora Rolimã, criada em Minas Gerais e que tem como propósito mudar o enredo das histórias e colaborar para aumentar o número de meninos leitores no país – além de expor uma imagem menos estereotipada das meninas.

Nos quatro livros infanto-juvenis lançados pela editora, meninos são protagonistas. O nome da editora – Rolimã – foi escolhido para denotar movimento, ação, para tirar também os meninos do papel que lhes foi designado na literatura. Silvani conta que uma das obras – o Livro de Marieta – conta a história de uma boneca, porém o narrador é um menino.

Em outra obra, Menina ameixa, a personagem é do tipo criança de verdade, que faz birra, pirraça e dá trabalho para ir para o banho. O livro é também um álbum de músicas, da mesma autora, Isabela Santos (Ouça no Spotify).

Silvani é graduada em física e dedica-se à educação. Por meio da literatura infanto-juvenil, quer mudar o mundo – um pouco de cada vez – formando uma nova geração de leitores, valorizando autores regionais – no caso dela, mineiros – com temáticas que valorizam o respeito às diferenças.

Veja o site da editora.