PIB mantém crescimento no 4º trimestre de 2017 e a economia sai da recessão

Boletim de Conjuntora Econômica Ceper/Fundace traz um balanço de 2017 e perspectivas de PIB, Selic, Inflação, contas públicas para 2018

Pelo quarto trimestre consecutivo, a economia brasileira se manteve em crescimento e, após dois anos de retração, os dados do IBGE apontam um crescimento de 1% no PIB, no ano de 2017. A comparação do 4o trimestre de 2017 com o mesmo período de 2018 é ainda mais otimista, indicando crescimento de 2,1% e atingindo R$ 1.702,6 bilhão. No acumulado do ano o PIB somou R$ 6.559,9 bilhões

A agropecuária foi o principal setor responsável pela recuperação da economia com alta de 6,1% no 4T17 em comparação com 4T16. Esse bom desempenho foi resultante dos ótimos resultados nas safras dos diferentes produtos, com maior destaque para o fumo e a laranja, cujas safras tiveram alta de 29% e 8,2%, respectivamente.

O setor industrial avançou 2,7% no 4º trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo puxado pela indústria de transformação, que registrou um crescimento de 6%, com ênfase para a produção de veículos, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos, móveis, metalurgia e produtos de borracha e plástico.

Finalmente, o setor de serviços teve crescimento de 1,7%, puxado, principalmente, pela expansão do segmento de transporte, armazenagem e correio e do comércio.

“Com exceção das contas públicas, todos os demais componentes da demanda – consumo, formação bruta de capital fixo e exportações líquidas – tiveram alta no 4º trimestre de 2017 na comparação com o mesmo período de 2016”, analisa o Coordenador do Boletim Conjuntura do Ceper/Fundace Luciano Nakabashi.

O consumo das famílias cresceu 2,6%, resultado superior aos três trimestres anteriores. A redução da taxa de juros e da inflação, a diminuição do endividamento das famílias, o retorno do crédito e uma melhora no mercado de trabalho, acompanhada do aumento no rendimento real das famílias estão entre alguns dos fatores explicativos o avanço do consumo.

Outro componente do PIB, os gastos do governo apresentaram redução ao longo do ano de 2017. Na comparação anual, no 4º trimestre de 2017, os gastos do governo tiveram uma redução de 0,4%.

No setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram um desempenho recorde, proporcionado principalmente pela alta dos preços do minério de ferro e do petróleo e seus derivados. O crescimento das importações acompanha o desempenho positivo da atividade econômica.

Os Índices de Confiança do Consumidor, apontam uma melhora contínua nos setores da indústria, serviços e comércio. O da construção, após oito meses consecutivos de crescimento, caiu 1,2 ponto, atingindo 81,4 pontos em fevereiro deste ano.

A inflação segue em ritmo lento e atinge menor patamar já registrado para o mês de janeiro. Como reflexo da crise econômica recente, das ações do Banco Central, bem como das safras recordes que contribuíram para reduzir o preço dos alimentos, o ano de 2017 foi um caso atípico para a inflação brasileira. Pela primeira vez, ela fechou o ano abaixo do piso da meta: 2,95% (IPCA). No início de 2018, a inflação seguiu em ritmo desacelerado. Em janeiro, a taxa de inflação ficou em 0,29%, a menor taxa registrada para o mês desde a criação do Plano Real.

Expectativas de mercado – As expectativas de retomada vêm acompanhadas por expectativas de aumento da inflação, sinalizando uma taxa de 3,7%, em 2018, e de 4,24%, em 2019. As expectativas para as contas públicas ainda se encontram no vermelho. Embora as perspectivas sejam um pouco melhores para o ano de 2019, o cenário vislumbrado ainda é preocupante e, novamente se enfatiza a importância da agenda de reformas para reduzir os gastos públicos.

Análise: Apesar do otimismo no cenário econômico, o mercado de trabalho ainda reage lentamente. Após um período de queda, entre março e dezembro, a taxa de desemprego voltou a subir, atingindo 12,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2018, o que representa um total de 12,7 milhões de pessoas desempregadas.

Além da própria retomada da atividade econômica, fator que estimula o aumento do número de pessoas à procura de trabalho, há alguns efeitos sazonais, associados ao mês, como um aumento na dispensa de trabalhadores. A elevação do desemprego se refletiu numa significativa migração de trabalhadores para atividades informais.

Em 2017, o número de trabalhadores com carteira assinada caiu. Na comparação com mesmo período do ano anterior a queda foi de 1,7% paralelamente ao crescimento do número de trabalhadores informais.

O Boletim Conjuntura Econômica está disponível no site da Fundace e pode ser acessado através deste link: https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201803_00348.pdf

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