Lucas Garcia

Na Bolsa de Valores, mesmo nosso país criando uma terceira crise, que é a crise política (saída dos ministros Mandetta e principalmente Moro) criada dentro de uma crise de saúde que gerou essa crise no mercado financeiro, o mês de Abril, que pareceu uma eternidade, acabou com valorização de 10,25% no Ibovespa.

Mas o que explica a Bolsa subir tanto (mais que 10% no mês) em meio a uma pandemia mundial que estamos passando?

Pra essa pergunta, tem algumas respostas. Podemos citar, por exemplo, os grandes estímulos fiscais e monetários sendo aplicados ao redor do mundo e o início da reabertura das economias na Ásia e na Europa, que exercem alguma influência na economia brasileira e também temos que lembrar que no mês de Março, a bolsa caiu 29,90% na casa de 73 mil pontos (sendo a pior performance mensal desde 1998) e considerando a mínima do mês, a bolsa chegou a 61 mil pontos, gerando pânico total no comportamento dos investidores, que por sua vez causa uma corrida à ativos mais seguros, e esse efeito manada causado pela incerteza do cenário distorce extremamente o preço das ações em relação ao valor de algumas companhias. Por conta disso, vimos empresas com ótimos fundamentos pra atravessar toda a crise (algumas pra sair até mais forte) perder até mais que 70% do valor de mercado.

O cenário permanece de incerteza e cautela, porém empresas muito descontadas já começaram a se recuperar no último mês (algumas subindo mais que 100% em relação ao fundo).

Pelos mesmos motivos do artigo anterior, o dólar segue se fortalecendo e subiu 4,69% em Abril na faixa de R$ 5,43. O Ouro, por sua vez, também se fortalece nesse cenário de incertezas com a elevada procura por ativos considerados reserva de valor, subiu 11,8% no mês.

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As aplicações em renda fixa que acompanham o CDI apresentam ganhos mais baixos, pelo fato da Taxa Selic, que é a taxa básica de juros, estar em suas mínimas históricas. E a tendência é diminuir ainda mais, o mercado está prevendo um corte de 0,50 ponto indo dos atuais 3,75% a.a. para 3,25% a.a. já pra próxima reunião do COPOM no início deste mês. O corte na taxa Selic é uma decisão de política monetária pra buscar estimular a economia em um momento que uma dura contração se aproxima.

Pra finalizar, divulgo a última projeção do boletim Focus:

Para o IPCA (inflação oficial), a projeção é de 1,97% para 2020 e 3,30% para 2021. Para o PIB, a projeção é de -3,76% para 2020 e +3,20% para 2021. Já para o câmbio, a projeção fica em R$ 5,00 em 2020 e R$ 4,75 para 2021. Finalizando com a Taxa Selic, a projeção fica em 2,75% para o final de 2020 e 3,75% para o final de 2021.

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Lucas Garcia
Assessor de Investimentos (Thera Investimentos, escritório credenciado à XP desde 2008)
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