Lucas Garcia

Primeiro, vamos falar da importância de saber sobre economia

É cultural no Brasil e também mundo a fora que a economia não faça parte do currículo escolar. Em alguns momentos até ouvimos sobre importações, exportações, PIB, mas quase sempre de forma superficial e sem a devida conexão de quais os impactos disso em nossas vidas. Isso faz com que seja complicado entender os noticiários econômicos e como eles vão impactar nossas finanças.

Embora a economia seja base de quase todos os acontecimentos em nossas vidas, geralmente ela se apresenta tarde, mas é importante entender um pouco de economia pra não ficarmos tão alheios aos acontecimentos e pra ter um controle maior sobre nossas vidas e finanças.

Atividade econômica e minha renda

Quando ouvimos nos noticiários sobre taxa de desemprego subindo, PIB (Produto Interno Bruto) caindo, já imaginamos que a economia não está indo bem e consequentemente poderemos ser afetado de alguma forma.

Na prática, quando a atividade econômica está crescendo a um ritmo menor, estagnada ou até caindo, o que pode acontecer é uma redução nas possibilidades de uma promoção no atual emprego ou um aumento de salário. No pior cenário, aumenta as chances de perder o emprego.

E por que estou falando isso? Porque entender o nível de atividade econômica é essencial pra ajustes temporários e enquanto ainda há tempo no nosso padrão de vida, a fim de reduzirmos as incertezas de renda no futuro.

Essa precaução para o pior cenário não é fácil. Porém, rever o padrão de consumo e pensar em poupar um pouco mais certamente é necessário nesses casos supracitados. O acompanhamento da economia ajuda a nortear os pensamentos e decisões sobre o orçamento com mais segurança e no tempo correto.

Inflação

Outro ponto importante a se entender é o preço que pagamos em todos os bens e serviços consumidos, a famosa Inflação. O quão pesado pode ficar o orçamento nos próximos meses? O aumento de preços em alguns setores, como alimentação, é definitivo ou transitório? Mudanças regulatórias simples em produção, importação e exportação de produtos pode ter impacto duradouro em alguns setores. E se for um setor importante como carnes, por exemplo? Pode atingir em cheio no orçamento.

Uma opção que pode ser viável pra driblar a inflação nesse sentido é parar de comer fora de casa em um determinado período, isso porque o aumento dos preços das refeições em restaurantes, bares, padarias pode ser maior do que o aumento dos preços dos itens no supermercado.

Outra opção seria olhar para o combustível. Está mais caro? Talvez seja hora de pensar em deixar o carro parado e fazer contas pra ver se vale a pena outros meios de transporte (ônibus, app de transporte, carona, táxi, entre outros).

Antever e fazer o acompanhamento das mudanças de preços ajuda em uma melhor administração das finanças pessoais e o orçamento familiar.

Poupança

O trabalho é árduo pra gerar a renda mensal, passar por algumas privações, organização prudente do orçamento, tudo isso pra poupar o máximo possível. Aqui é importante saber que o esforço no “poupar” deve permanecer no “como poupar”.

A caderneta de poupança, talvez o “investimento” mais conhecido dos brasileiros é uma aplicação segura, com certeza, porém, por regra, está rendendo atualmente 70% da Taxa Selic. Isso significa algo próximo a 1,575% ao ano (No patamar atual da Selic 2,25% ao ano), considerando uma inflação projetada de 1,60% (Boletim Focus), a situação é de perda de patrimônio com o dinheiro na poupança. Então, o que fazer?

Para esse dinheiro de segurança, o ideal é buscar ativos que também são seguros, mas que tenham rentabilidade maiores que a poupança. Posso citar aqui os títulos públicos (LFT), títulos bancários (CDB, LCI, LCA) ou até fundos de renda fixa que estejam colados com 100% do CDI e com taxas baixas de administração.

Apenas pra finalizar, saber o básico de economia, portanto, é importante e nos guia nas decisões sobre finanças pessoais e orçamento. Ainda que seja impossível prever o futuro, o acompanhamento desses aspectos econômicos ajuda a reduzir as incertezas e as reações diante dos acontecimentos diários.

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Lucas Garcia
Assessor de Investimentos (Thera Investimentos, escritório credenciado à XP desde 2008)
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